quinta-feira, 16 de maio de 2013

As diferenças do português europeu do português brasileiro - Parte I

       Quando os portugueses chegaram aqui, o Brasil era povoado pelos índios, posteriormente os escravos vindos da África também habitariam o território brasileiro. Dessa forma, o Brasil se encontrava habitado por índios, negros e portugueses.

 Os colonos portugueses falavam a principio sua língua nativa, o português europeu, e inclusive oficializaram-no como língua nacional.  A língua portuguesa lentamente ganhou espaço no Brasil, eliminando gradativamente a língua-geral, língua de base Tupi, que predominava até a segunda metade do século XVIII.

É a partir do século XVIII que são feitos os primeiros relatos e análise dos traços específicos referentes à língua portuguesa brasileira tendo como base a língua portuguesa europeia, Frei Luís do Monte Carmelo em sua obra Compendio Orthographia destaca um traço fonético característico do português brasileiro, o de não fazer a distinção entre as pretônicas abertas e fechadas:




Em 1822, em obra intitulada Grammatica Philosophica , Jerónimo Soares Barbosa destaca outra característica, além da indistinção entre pretônicas abertas e fechadas, na língua portuguesa no brasil, o brasileiro não pronúncia minino e sim menino, ou ainda me deu e sim mi deu, além disso, não chiam -s implosivos como, por exemplo, na palavra mistérios.

As particularidades do português do Brasil são atualmente explicadas pela ideia de seleção de certas características através da exclusão dos traços marcados do português do Norte e generalização das maneiras não marcadas do Centro-Sul de Portugal. Além do motivo da emigração da língua e seleção referente à regionalidade da sua terra de origem, é importante lembrar das diferenças linguísticas nos falares regionais e rurais que surgiram dentro do próprio Brasil. Mesmo com tantas variações na língua foi possível nas cidades, através das camadas sociocultural superiores, a criação de uma norma brasileira.

O nosso português pode ser considerado conservador já que não seguiu as tendências europeias da língua, contudo, ele também é inovador já que, realizou transformações fonéticas desconhecidas do europeu português.

Bibliografia - TEYSSIER, P. “O português do Brasil”. [Cap. IV, p. 93 e ss]. In.: História da língua portuguesa. [Trad. Celso Cunha]. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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